Obras dos estádios brasileiros para a Copa estão 21% mais caras
Cinco dos 12 estádios do Mundial já chegaram à metade das obras de reforma ou construção previstas para o evento
Bianca Zanella e Rodrigo Müzell*
Construir e reformar os estádios brasileiros para a Copa do Mundo
está 21% mais caro, comparado ao primeiro orçamento anunciado pelo
Governo Federal em janeiro de 2010. O custo total estimado para as obras
dos 12 estádios já alcança a cifra de R$ 6,69 bilhões.
O custo da reforma do Beira-Rio, que será dividido entre o Inter e a
Andrade Gutierrez com seus investidores – e financiamento no BNDES –, é o
que mais aumentou ante a estimativa inicial e está em R$ 330 milhões – o
próprio clube admitiu que o valor havia sido subestimado, além de não
incluir o edifício-garagem. Depois dele, a obra que ficou mais cara foi a
construção do estádio do Corinthians, em São Paulo, que mais que dobrou
de valor, saltando de R$ 400 milhões para R$ 820 milhões. O maior custo
entre todos os estádios será bancado pelo Estado do Rio: a reforma do
Maracanã está orçada em R$ 860 milhões.
Porém, o principal estádio do país poderá perder o desagradável
posto. O governo do Distrito Federal orçou em R$ 671 milhões o Estádio
Nacional de Brasília Mané Garrincha. Mas não incluiu o custo da
cobertura, do gramado e até dos assentos da arena. A justificativa
oficial é que o governo optou por buscar parcerias ou comprar
diretamente dos fornecedores, por meio de licitação, o material para
estas partes da obra, em busca de preços mais em conta. Pela nova
estimativa do governador Agnelo Queiroz, a arena custará, no final,
cerca de R$ 800 milhões, mas o número pode superar o do Maracanã –
estimativas do mercado estimam em R$ 175 milhões só o custo da
cobertura.
Faltando cerca de 28 meses para o início da Copa, cinco dos 12
estádios do Mundial já chegaram à metade das obras de reforma ou
construção previstas para o evento. Parado há 233 dias, o Beira-Rio
deixou uma posição privilegiada no ranking dos mais adiantados – no
final de 2010, a maior parte das reformas não havia sequer começado e o
Inter já estava demolindo as arquibancadas – para, hoje, estar à frente
apenas de duas arenas, a do Corinthians, iniciada em maio de 2011, e a
de Natal, em agosto.
Segundo dados das construtoras, o estádio mais adiantado é o
Castelão, em Fortaleza, com 56% das obras prontas. O Atlético-PR também
diz que a Arena da Baixada está 56% pronta – porém, o número se refere a
todo o estádio, e não às obras necessárias para concluí-lo. Quando o
Beira-Rio parou, em junho do ano passado, tinha a reforma na casa dos
28%.
As cidades-sede da Copa das Confederações – Rio, Brasília, Belo
Horizonte, Fortaleza e, caso aprovadas pela Fifa, Salvador e Recife (em
ordem de percentual de construção, acima) – precisam estar com os
estádios prontos até março do ano que vem. O prazo final para os outros
estádios, entre eles o de Porto Alegre, é dezembro de 2013. Natal, no
Rio Grande do Norte, tem a obra mais atrasada. Com cerca de 19% das
obras realizadas, a capital potiguar corre contra o tempo para garantir o
cumprimento do cronograma na Arena das Dunas.
Matéria produzida por: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/esportes/inter/noticia/2012/02/obras-dos-estadios-brasileiros-para-a-copa-estao-21-mais-caras-3660604.html
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