Definido! Primeiro Gre-Nal da Arena terá apenas torcida gremista

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BM alega falta de segurança e Gre-Nal terá apenas torcida gremista

Em reunião realizada na manhã desta terça-feira, a Brigada Militar definiu que o Gre-Nal do próximo domingo terá apenas uma torcida, a gremista. Segundo a instituição, o motivo da decisão é que ela não teria condições de dar segurança ao torcedores do Internacional no deslocamento até a Arena. Ainda nesta tarde a decisão da Brigada Militar será levada até o Ministério Publico e apenas uma decisão judicial pode liberar o aceso dos Colorados a partida.

A decisão de fazer o Gre-Nal com apenas uma torcida sempre foi o "desejo" da BM, pois ela  alegava que nunca havia ocorrida um clássico no local e com isso não teria condições de dar segurança aos Colorado.

Em entrevista a rádio Gaúcha o subcomandante-geral da Brigada Militar, coronel Silanus Mello, afirmou que a distância do novo estádio gremista impede um deslocamento seguro dos torcedores colorados.

- Tomamos essa decisão após uma reunião com toda a cúpula da Brigada. Temos um cenário novo, vai ser o primeiro Gre-Nal na Arena do Grêmio. No passado, fazíamos o deslocamento a pé e escoltávamos a torcida adversária. Agora, pela distância, esse procedimento não é mais possível. Existem poucas rotas de deslocamentos e os acessos também são poucos. Por isso, pensando na segurança, tomamos a decisão - explicou o coronel.

Após a decisão de o clássico ter apenas uma torcida, dirigentes de Grêmio e Internacional se portaram contrários a decisão.

Fabio Koff é contrario a decisão
(Foto: FILIPE ARAÚJO / Agência Estado)

O presidente do Grêmio, Fabio Koff, disse que tentará junto a Luigi e a CBF reverter a decisão e com isso fazer com que o Gre-Nal tenha as duas torcidas.

- Pretendo falar com o presidente Luigi para alterar a situação. Falei com a CBF para atuar em conjunto e reduzir os 10%. Mas decidiram o contrário e decidimos cumprir - disse. - Não falei com o comando da Brigada. Tenho profundo respeito por essa instituição. Temos que respeitar a decisão deles, não pode implicar para tornar sem efeito a decisão deles. Se eles tiverem evidência e se for relativa à falta de equipamento ou material humano, tudo bem, vamos nos curvar - completou.

Caso consiga reverter a decisão, o que Koff considera difícil, Koff revela já ter um acordo com o Inter sobre a cara de ingressos para cada clube.

- Fiz um acordo para permanecer o mesmo percentual que seria dado na Arena (10%). Lamento, parece que há um precedente em Minas, lá é torcida única. Cabe ao dirigente enfatizar que a convivência entre as torcidas deveria ser exemplo de convivência social. Partimos do pressuposto que não há como conviver em ambiente único as torcidas - comentou o presidente gremista.

Medeiros critica decisão - (Fotos: Jefferson Bernardes/Preview.com)

Para o vice de futebol Marcelo Medeiros, fazer com que apenas gremistas ou apenas colorados possam assistir ao clássico — seja no Beira-Rio, Olímpico ou Arena — é um retrocesso nas relações de cidadania e nas relações entre Inter e Grêmio.

— Falo como dirigente e torcedor que frequenta Gre-Nal desde que o Olímpico tinha um único anel. É um retrocesso nas relações entre Grêmio e Inter e na relação de cidadania das pessoas. Assim como ocorreu nas manifestações recentes, existe um grupo de vândalos que deturpa todo o restante do espetáculo — apontou o dirigente colorado.

— A rivalidade e as flautas entre torcidas faz parte, mas tratar como guerra não dá. Vou lutar sempre para o conceito de duas torcidas, independente de ser Grêmio x Inter, Atlético-MG x Cruzeiro, São Paulo x Corinthians. Já asssiti à final de NBA, final de NFL... acho espetacular que eles sentam juntos, torcem juntos, até mesmo bebem nos estádio. Há civilidade, cidadania — completa Medeiros.

Segundo o coronel Silanus, a tendência é que o clássico do segundo turno, no Estádio do Vale, em Novo Hamburgo, ou no Centenário, em Caxias do Sul, também seja realizado com torcida única.