segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Souto de Moura colocará cargo à disposição como "rito protocolar"


Diretor de futebol negou estar no futebol por acordo político

Souto de Moura soltou o verbo (Foto: Ricardo Chaves / Agencia RBS)

O diretor de futebol do Inter, Luís César Souto de Moura, esclareceu que o ato de colocar o cargo à disposição do presidente Giovanni Luigi ao final da temporada faz parte de um "rito protocolar" que costumava cumprir quando trabalhou anteriormente no departamento de futebol, entre 2003 e 2006. O dirigente negou que sua posição como um dos comandantes do departamento faça parte de uma costura política que garantiu apoio do grupo Coração Colorado, do qual faz parte, à candidatura vencedora de Luigi para a presidência do clube no ano passado.

No domingo, na concentração do Inter em Caxias do Sul, Souto de Moura disse a repórteres que colocaria o cargo à disposição no final do ano, mas a decisão não se dá pelos objetivos não cumpridos pelo time durante a temporada 2013:

— Eu estava na Serra com alguns repórteres e disse que eu entendia que faríamos como nos anos entre 2003 e 2006, colocando o cargo à disposição. É um rito protocolar que eu acho elegante, de oferecer ao presidente a opção de exonerar ou reconduzir alguém. Nos quatro anos em que estive no futebol, sempre fiz isso junto com os outros integrantes do departamento. Devido à amizade com o presidente, isso era feito de uma maneira absolutamente informal.

O apoio do grupo Coração Colorado, do qual Souto de Moura faz parte, foi decisivo para que Luigi vencesse as eleições presidenciais no primeiro turno, com o voto do Conselho Deliberativo. O dirigente esclarece, porém, que as pretensões do grupo não incluíam cargos como o seu, e lembra o episódio da contratação da comissão técnica que iniciou 2013— comandada por Dunga e Paulo Paixão — para destacar que não fez parte de decisões das quais exigiria ter conhecimento se o seu nome já estivesse definido para dirigir o futebol.

— Essa história de que eu e o Eduardo Hausen (assessor de futebol) estamos no departamento de futebol como preço político para apoiar a candidatura não procede por razões singelas. O grupo simplesmente entendeu que a candidatura de Giovanni Luigi era a mais adequada para o Inter. Só postulamos duas coisas: a manutenção do Maxi Carlomagno na gestão das obras, que era mais complicada por conta da relação com a construtora. E também que nós mantivéssemos a segunda vice-presidência eleita, onde oferecemos o nome da Diana Oliveira, que também entra no ponto da reforma do Beira-Rio, mas pelo lado mais técnico — destacou, para depois completar:

— Se eu fosse parte de um acordo político que me colocasse lá, teria exigido fazer parte de várias decisões das quais não fiz parte. Como, por exemplo, a contratação da comissão técnica. Eu e o Marcelo (Medeiros, também diretor de futebol) fomos chamados um dia antes da apresentação.

O diretor ainda repercutiu manifestações recentes de alguns de seus antecessores no comando do futebol a Zero Hora, quando criticaram o que consideram como uma interferência demasiada do presidente no departamento:

— É uma tradição no Inter que os presidentes tenham uma aproximação muito grande como futebol. Provavelmente, nos últimos anos, o único que não teve passagem pelo futebol foi o Jarbas Lima. É a exceção que confirma a regra. Todos têm uma aproximação muito grande com o futebol. Todos tinham experiência no departamento de futebol. Não existe maneira de blindar o presidente do que acontece no futebol. Eles (os antecessores de Souto de Moura e Marcelo Medeiros no futebol) criticaram o modelo presidencialista, que é o vigente em todos os clubes brasileiros — destacou.

Fonte: ZH Esportes

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