Gol de Origi no final garantiu triunfo
A vitória garantiu a Bélgica nas oitavas de final, agora a equipe enfrenta a Coreia do Sul em São Paulo para assegurar a liderança do grupo H.
O jogo:
Fazia um belo dia no Rio de Janeiro, com sol, pessoas nas ruas. Quente, enfim. Mas o clima no Maracanã foi frio. Padrão europeu. Um contraste avassalador com as últimas invasões argentina e chilena no estádio, que o fizeram pulsar num ritmo alucinante. Belgas e russos, não. Talvez muito em conta do andamento da partida. Culpa da decantada ótima geração belga e da esforçada, mas limitada, geração russa.
A Bélgica parecia sem inspiração. Até buscou a iniciativa do jogo, mas dependia de apenas um jogador, Mertens, para tentar acender a arquibancada do Maracanã. E ele, de verdade, tentou, com investidas pelo lado direito. Hazard, mais à esquerda, e Fellaini, centralizado, pouquíssimo ajudavam. Faltava disposição, gana de uma Copa do Mundo.
O avanço belga com lançamentos para Mertens, no entanto, abria espaço para os contra-ataques russos. E fazia o ótimo Courtois defender a pátria belga, como na finalização de Fayzulin da entrada da área, com 11 minutos de jogos. O suspiro na arquibancada foi tímido. Não parecia um jogo de Copa do Mundo no Maracanã.
Era tudo bem morno. Disputas no meio, lançamentos, pouca inspiração. Nem sombra da ótima geração belga. Limitação russa evidente, baseada apenas na correria de contra-ataques. Era um jogo de apenas dois jogadores. Mertens e suas investidas pelo lado belga. Fayzulin e seus chutes de fora da área. Pouco. Emoção, mesmo, só houve aos 43 minutos da primeira etapa. Cruzamento no capricho, Kokorin subiu sozinho entre a zaga belga. Mas mandou para fora. Desperdício. De quem jogava e de quem assistia.
No segundo tempo, o padrão gelado do comportamento das torcidas continuou a acompanhar o ritmo de jogo. Mas rondas no entorno da área, mais lançamentos de parte a parte. Futebol, mesmo, nada. Wilmots, então, sacou o inoperante e solitário Lukaku para a entrada de Origi. À essa altura, até a torcida belga tentou ajudar e cantarolou, ainda que timidamente, "Aquarela do Brasil" na arquibancada do Maracanã. Mas o jogo era chato. E a ola sequencial na arquibancada era o sinônimo disso. A cada erro de passe vaias brotavam. Não parecia Copa do Mundo.
O jogo passeava sempre pela intermediária, com passes laterais. Às vezes uma tentativa de longe. A Rússia dominava mais o campo, cercava a área belga. E na arquibancada surgiram os gritos de "Vergonha, time sem vergonha". Belgas e russos certamente não entenderam as palavras, mas, sim, a mensagem. E se lançaram mais ao ataque. Tentaram, ao menos, um pouco de bom futebol.
Gol salvador
Aos 36 minutos, Shatov fez boa jogada pelo meio, lançou Eshchenko pela direita, que bateu cruzado, próximo à trave direita de Courtois. Arrancou um suspiro da arquibancada. A Bélgica respondeu com uma cobrança de Mirallas no pé da trave. E começou a correr contra o relógio.
Aos 42 minutos, enfim, o jogo foi, em parte, salvo. Hazard entrou pela esquerda da grande área e rolou para trás. Origi bateu para o gol e abriu o placar no Maracanã. 1 a 0 para a Bélgica, que ficou em situação confortável no grupo H. Mas não é apenas corneta: os dois times deixaram o Maracanã em dívida com a torcida e com o futebol. Uma pena.
Texto: Pedro Henrique Torre e Tiago Leme/ESPN Brasil
Ficha técnica da partida:
Rússia: Akinfeev; Kozlov (Eshchenko), Berezutski, Ignashevich e Kombarov; Glushakov, Shatov (Dzagoev), Samedov (Kerzhakov) e Fayzulin; Kokorin e Kanunnikov. Técnico: Fabio Capello.
Gols: Origi aos 42 minutos do 2º Tempo para Bélgica.
Arbitragem: Felix Brych auxiliado por Mark Borsch e Stefan Lupp (Trio alemão).
Cartões amarelos: Witsel pela Bélgica; Glushakov pela Rússia.
Cartões vermelhos: Nenhum.
Local: Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro (RJ).
Horário: 13 Horas (Brasília).
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