Diretor de futebol negou estar no futebol por acordo político
Souto de Moura soltou o verbo (Foto: Ricardo Chaves / Agencia RBS) |
O diretor de futebol do Inter, Luís César Souto de Moura,
esclareceu que o ato de colocar o cargo à disposição do presidente Giovanni
Luigi ao final da temporada faz parte de um "rito protocolar" que
costumava cumprir quando trabalhou anteriormente no departamento de futebol,
entre 2003 e 2006. O dirigente negou que sua posição como um dos comandantes do
departamento faça parte de uma costura política que garantiu apoio do grupo
Coração Colorado, do qual faz parte, à candidatura vencedora de Luigi para a
presidência do clube no ano passado.
No domingo, na concentração do Inter em Caxias do Sul, Souto de
Moura disse a repórteres que colocaria o cargo à disposição no final do ano,
mas a decisão não se dá pelos objetivos não cumpridos pelo time durante a
temporada 2013:
— Eu estava na Serra com alguns
repórteres e disse que eu entendia que faríamos como nos anos entre 2003 e
2006, colocando o cargo à disposição. É um rito protocolar que eu acho
elegante, de oferecer ao presidente a opção de exonerar ou reconduzir alguém.
Nos quatro anos em que estive no futebol, sempre fiz isso junto com os outros
integrantes do departamento. Devido à amizade com o presidente, isso era feito
de uma maneira absolutamente informal.
O apoio do grupo Coração Colorado, do qual Souto de Moura faz
parte, foi decisivo para que Luigi vencesse as eleições presidenciais no
primeiro turno, com o voto do Conselho Deliberativo. O dirigente esclarece,
porém, que as pretensões do grupo não incluíam cargos como o seu, e lembra o
episódio da contratação da comissão técnica que iniciou 2013— comandada por
Dunga e Paulo Paixão — para destacar que não fez parte de decisões das quais
exigiria ter conhecimento se o seu nome já estivesse definido para dirigir o
futebol.
— Essa história de que eu e o
Eduardo Hausen (assessor de futebol) estamos no departamento de futebol como
preço político para apoiar a candidatura não procede por razões singelas. O
grupo simplesmente entendeu que a candidatura de Giovanni Luigi era a mais
adequada para o Inter. Só postulamos duas coisas: a manutenção do Maxi Carlomagno
na gestão das obras, que era mais complicada por conta da relação com a
construtora. E também que nós mantivéssemos a segunda vice-presidência eleita,
onde oferecemos o nome da Diana Oliveira, que também entra no ponto da reforma
do Beira-Rio, mas pelo lado mais técnico — destacou,
para depois completar:
— Se eu fosse parte de um acordo
político que me colocasse lá, teria exigido fazer parte de várias decisões das
quais não fiz parte. Como, por exemplo, a contratação da comissão técnica. Eu e
o Marcelo (Medeiros, também diretor de futebol) fomos chamados um dia antes da
apresentação.
O diretor ainda repercutiu manifestações recentes de alguns de
seus antecessores no comando do futebol a Zero Hora, quando criticaram o que
consideram como uma interferência demasiada do presidente no departamento:
— É uma tradição no Inter que os
presidentes tenham uma aproximação muito grande como futebol. Provavelmente,
nos últimos anos, o único que não teve passagem pelo futebol foi o Jarbas Lima.
É a exceção que confirma a regra. Todos têm uma aproximação muito grande com o
futebol. Todos tinham experiência no departamento de futebol. Não existe
maneira de blindar o presidente do que acontece no futebol. Eles (os
antecessores de Souto de Moura e Marcelo Medeiros no futebol) criticaram o
modelo presidencialista, que é o vigente em todos os clubes brasileiros — destacou.
Fonte: ZH Esportes
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