sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Oscar responde dentro de campo

O 'recurso': em meio a briga jurídica, Oscar brilha na esfera do futebol

Jogador marcou gol, foi destaque diante do Juan Aurich e arrancou elogios do técnico ao presidente do Inter, que não aceita ressarcir o São Paulo

 

 Enquanto o São Paulo e o advogado de Oscar se digladiam na hermética esfera judicial, o meia recorre ao que sabe fazer de melhor: jogar futebol. Foi em campo, sob o olhar de 30 mil testemunhas, que o garoto mostrou o seu recurso. Com gol e atuação de relevo, foi o destaque da vitória colorada sobre o Juan Aurich na noite de quinta-feira, pela abertura da fase de grupos da Libertadores.

Oscar é alvo de disputa com o São Paulo, que recuperou na Justiça os direitos sobre o jogador. O Tricolor alega que Oscar não tinha direito de assinar com o Inter, que comprou ano passado 50% dos direitos do jovem meia. Antes, aos 16, emancipado pela mãe, havia fechado com o clube paulista um contrato de cinco anos. Oscar só será notificado oficialmente pelo Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP) quando a decisão for publicada no Diário Oficial,  o que ocorrerá no próximo dia 17 de fevereiro. Enquanto isso, o meia foi capaz de provocar as mais variadas reações após a partida de quinta: do elogio à ironia, o camisa 16 fez justiça no gramado.

O primeiro depoimento favorável partiu de seu técnico. Para Dorival Júnior, Oscar é “um jogador completo”. E o argumento não soa exagerado. Afinal, diante dos peruanos, o meia reuniu faro de gol, movimentação intensa e poder de marcação.

- É um jogador completo. Marca, sai para jogar, sabe fazer gols. Realmente nos enche os olhos. Espero que mantenha tudo. Se atingiu esse momento, é sinal que ainda pode melhorar - avalia o treinador.

 Maduro em seus 21 anos, Oscar conseguiu, ao mesmo tempo, não se abalar e também repercutir em campo a tentativa do São Paulo de levar de volta ao Morumbi a sua cria ilustre. No gol, anotado aos 24 minutos, correu para a frente da torcida, apontou para o símbolo na camisa e depois para o gramado. Ou seja, um sinal claro de protesto para qualquer juiz do planeta ouvir: "Meu lugar é aqui, vou ficar".

- O Oscar está demonstrando muito personalidade - detectou o vice de futebol Luís Anápio Gomes, em meio às vibrantes tribunas do Beira-Rio.

O gol e a comemoração do jogador aterrissaram com velocidade a jato nos gabinetes são-paulinos. O vice-presidente de futebol tricolor,João Paulo de Jesus lopes, sorriu e ironizou:
– É sempre bom quando um jogador do São Paulo faz gol em jogos importantes. A Justiça diz que ele é jogador nosso e estamos aguardando a sua reapresentação.

Oscar, no entanto, foi além do gol. Agudo e impiedoso, martelou a defesa adversária nos 90 minutos. Foram ao menos cinco tentativas do meia, de média e longa distâncias. Exigiu uma defesa difícil do goleiro Penny e teve uma bola colocada rente ao poste.

 Na segunda etapa, com a saída de Bolatti, Dorival ainda recuou o garoto, que desfilou polivalência ao atuar 15 minutos como volante, ao lado de Guiñazu.

É claro que todo esse impasse jurídico preocupa a direção do Inter. O presidente Giovanni Luigi descarta qualquer ressarcimento ao São Paulo para manter o jogador no Beira-Rio. Caso o clube paulista consiga sucesso na Justiça, a multa seria de R$ 9 milhões – referente ao contrato anterior com a equipe do Morumbi.

- Estamos acompanhando com o departamento jurídico do Inter. Saberemos tratar esse assunto - esclareceu Luigi. - O clube vem trabalhando para saber qual remédio jurídico caso venha a receber algo na Justiça.

As dúvidas ficam restritas ao imbróglio judicial mesmo. Até porque, dentro de campo, o remédio é o futebol. Recurso que não falta a Oscar.

http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/esportes/inter/

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