quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

líder no vestiário

Tinga, 34 anos: líder no vestiário e extensão de Dorival Júnior no gramado

Jogador volta ao seu posto no time colorado para o início da fase de grupos da Libertadores

 

"Quando se tem um jogador como Tinga, o técnico tem a obrigação de arrumar lugar no time para ele", diz Dorival
Tinga, 34 anos: líder no vestiário e extensão de Dorival Júnior no gramado Alexandre Ernst/Agência RBS

A história a seguir revela a ascendência de Tinga no vestiário do Inter. Quando um dos novatos do grupo, recém-promovido, aparece no estádio de carro novo, logo o lateral-esquerdo Kleber corre no vestiário para avisar:

— Tinga, o fulano trocou de carro. Vai lá ver!
O volante se aproxima do novato e com o sorriso habitual o cutuca:

— Ó, quem não guarda, vira guarda.
É claro que tudo transcorre em tom de brincadeira. Mas é dessa forma que o recado é dado aos mais novos, ainda deslumbrados com a fama repentina e o salário mais generoso de um clube grande. E quando parte de Tinga a gurizada interrompe o que faz para ouvir.
João Paulo, Fred e Romário, a quem ele chama de Bebeto, são os mais atentos. Porque o volante rastafári virou referência no vestiário. Aos 34 anos, completados no último dia 13, é um dos líderes do grupo e a extensão de Dorival Júnior dentro de campo. A ponto de o técnico, sempre avesso a avaliações individuais, guindá-lo à condição de extraordinário. Em Manizales, quando havia dúvidas sobre seu retorno ao time, Dorival a desfez de pronto:

— Quando se tem um jogador como Tinga, o técnico tem a obrigação de arrumar lugar no time para ele.

Ao lado de Bolívar, Kleber, D'Alessandro e Guiñazu, Tinga compõe o alto clero do vestiário do Inter. São eles que representam o grupo. São eles os jogadores que assumem nos momentos mais espinhosos. Na reta final do Brasileirão, por exemplo, dirigentes se disseram impressionados com o volante. Passou por ele a mobilização do grupo para buscar a vaga na pré-Libertadores. Depois da derrota para o Fluminense em casa, a direção detectou que precisava dar rodagem ao time. Bolívar e Tinga voltaram e foram as vozes mais ouvidas no vestiário.
Em campo, Dorival confia a Tinga o cargo de sua extensão. Com 15 anos de profissional, o volante decorou os atalhos do campo. Neste ano, por exemplo. No quarto dia de pré-temporada, a lesão muscular sentida no Gre-Nal do Beira-Rio deu as caras de novo. Foram duas semanas de tratamento, dois dias de trabalho de recondicionamento com Élio Carraveta (o "tio Élio", como ele chama) e um treino tático antes de jogar contra o Veranópolis.
O trabalho coletivo realizado ontem, no gramado principal, foi seu primeiro em 2012. Para compensar o tempo perdido, esquadrinha o campo e encurta os espaços. Corre o suficiente e isso faz com que ataque e marque em alta rotação. Em Manizales, começou aberto na esquerda, vigiando os avanços do lateral Jamel, e antes de ser substituído estava pela direita, recuado, compondo o meio.

— Muitos diziam que o Tinga não poderia mais jogar de volante. Mas no ano passado ele entrou no meio e arrumou nosso time novamente. Tudo isso depende de o atleta querer. Se ele quiser, produz em qualquer lugar do campo — diz Dorival

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